SER POETA
…As minhas asas são meus versos! Neles escondo-me, declaro-me, revelo-me! Poeta tudo pode. Pode dizer a verdade, e falar que é mentira, Pode mentir, e fingir que é verdade! Porque se há pessoas normais Que dizem amar quando nunca amaram, O poeta, que não é normal, Também assim o pode fazer. Pode descrever desejos, beijos e emoções, E dar o crédito a uma simples inspiração. Pode aquecer a vaidade de quem lhe inspira Com declarações cheias de rimas, Enquanto na verdade eram apenas mais versos... O que é verdade? O que é mentira? O que ele escreveu, ele viveu? Ou escreve o que deveras sonha viver? Nos versos esconde-se um grande amor? Ou o poeta é somente um sonhador? Há um desabafo nos seus escritos, Mas o poeta não escreve para si! Poesia é como aquela caixinha de frases, Alguma vai servir para alguém, exatamente. E para quem de direito foi feita, (se foi feita), Cada verso há de tocar sua alma Suave como uma brisa que afaga, Ou cortante como a dor da saudade! O poeta pode olhar a lua, E descrever seus gozos de prazer Na manhã do depois... Ou pelo ímpeto do seu próprio ser! Poesia que não mente? Só aquelas de amizades, mãe, irmãos. Poesia de amor é tão vulnerável quanto o amor. Mas o que é o amor? É tão ilusório quanto é o poeta! O poeta existe! O amor, eu não sei! O poeta é real, mesmo sendo anormal. O amor é rima, ficção, encantamento! Mas o poeta gosta mesmo de voar... E voa livre pela sua condição! Ele é um romântico! Por isso sonha e voa nas palavras, Pois só há lugar para esses poucos loucos, No papel! Na vida real, o amor pesa... E as pessoas preferem viver leves, E sozinhas! Claudia Schiavone- 19/11/17 Claudia Schiavone
Enviado por Claudia Schiavone em 20/11/2017
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